Após esta queda já anunciada a várias rodadas atrás, muitos
já estão querendo colocar o Palmeiras ao mesmo nível do Corinthians, usando
como exemplo a retomada alvinegra a elite do futebol de forma meteórica e que
após o retorno se tornou um dos mais bem estruturados clube do mundo.
Mas as diferenças são gritantes, longe de usar a paixão e
sim a razão, vemos muita diferença entre os dois clubes em um momento tão
delicado.
Antes de ser rebaixado, o Corinthians já havia trocado a presidência,
já havia acertado com Mano Menezes e já planejava a guerra que seria a disputa
da série B, não por medo do nível técnico, nem pelos estádios judiados que o
clube deveria disputar seu futuro, mas por ter a necessidade de unir clube e
torcida para ter forças para uma retomada tranquila, que todos entendessem o
momento e apoiassem.
O Palmeiras ao contrario ficou esperando o bonde passar, e
mesmo com o golpe de misericórdia desferido não se mexeu em nada.
Continua sem planejamento para o ano seguinte, não tem nada
de especial planejado, não sabe o que vai priorizar, não sabe que tipo de
jogador contratar, não sabe com que orçamento contar, não sabe que presidente
vai ter, não sabe qual técnico, não sabe de NADA, continua deixando o bonde
passar.
Vamos recapitular o que houve às vésperas da queda corintiana,
o Andres havia derrubado o Dualib, e com a garantia de uma liminar proibindo o
mesmo de entrar no clube, definiu seus diretores, acertou com o técnico,
estruturou todo o departamento de futebol, já havia definido quem sairia, já
tinha em pauta alguns nomes para contratar, levou toda a diretoria para a Europa
a fim de entender como os grandes europeus arrecadavam dinheiro, definiu uma
estratégia agressiva de marketing, fez da série B uma arma para arrecadar
rendas maiores, usando a queda como combustível para uma arrancada fulminante.
No dia da queda, além das lamentações se podia ouvir um
grito que marcou época ecoando pela cidade, grito este alias que ecoa até hoje:
-Eu nunca vou te abandonar
A marca da queda e
orgulho corintiano, a frase que marcou a retomada.
Camisas sendo usadas
com estes dizeres empestearam a cidade, o corintiano estava na segunda divisão
e tinha orgulho de não abandonar seu clube em seu pior momento, a diretoria por
sua vez, mostrava as contas, tentava ser transparente, mostrava a torcida o que
pretendia, e a torcida entendeu.
Sem
grandes craques, mas com muito trabalho o Corinthians havia montado um
verdadeiro esquadrão, que mais parecia um pelotão de guerra, jogadores com
muita vontade, que vieram sem muita identificação, mas de tornaram ídolos
eternos da massa corintiana.