segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Por que nutrem tanto ódio pela Arena Corinthians?

O termo já está quase desgastado, mas serve para designar o principal inimigo do novo estádio alvinegro: coxinha.

Esse indivíduo feroz, supostamente bem vestido e hipócrita, profissionalmente competitivo e igualmente ignorante, paladino da ética, mas indignado seletivo, odeia a ideia de ver teto sobre a cabeça dos diferentes.

O fenômeno coxinha se expressa nas mais diversas áreas, mas é hoje especialmente perceptível nos debates sobre o futebol.

O coxinha é, por natureza, midiotizado. Ele compra dos moralistas da TV seus argumentos de antipatia. 

No fundo, ele se escandaliza com o negro na universidade, com a casa própria da doméstica e com o pedreiro no aeroporto. 

Com Jabor e Merval, ele aprende a ver o delito como responsável pela ascensão social do outro. Sente-se inferiorizado quando direitos são democratizados e universalizados.

Na Jovem Pan, na Band, na ESPN, no UOL, entre outros veículos, farisaicos por excelência, ele absorve homeopaticamente os conceitos do anticorinthianismo militante e enxerga crime em todo empreendimento alvinegro.

Ora, mas o coxinha sempre existiu. O imbecil enciumado de hoje tinha um bisavô em 1913, irritado com o fortalecimento do Corinthians e sua teimosia em disputar o principal campeonato dos paulistas.

Na época, havia o jornal "O Imparcial", que desse adjetivo nada tinha, cuja missão era tentar desintegrar o time do Bom Retiro e distribuir seus craques entre os esquadrões da elite.

Para essa imprensa (já alugada), éramos o clube dos "suados", dos "braçais", dos "anarcas". 

À boca pequena, dizia-se que era a agremiação que levaria a "pretalhada" para o Velódromo, acabando de vez com sua pompa e elegância.

Não à toa, a elite quatrocentona, controladora da grande mídia, investiu num sucessor para o Paulistano, desistente do profissionalismo. 

A família Mesquita, por exemplo, dona do Estadão, desde o início colaborou para firmar o São Paulo Futebol Clube.

Ora, o coxinha das décadas de 1950 e 1960 jamais se indignou com as tramoias de Adhemar de Barros e sua Imobiliária Aricanduva, ponte público-privada do esquema de doação do terreno para a construção do Cícero Pompeu de Toledo.

Também não se manifestou com os mimos da Ditadura Militar oferecidos ao SPFC, este dirigido por um dos representantes do regime de exceção, o infame Laudo Natel.

O coxinha tem um olho seletivo, o mesmo que somente viu patrocínio da Caixa Econômica Federal na camisa mosqueteira.

No caso de Itaquera, o ódio é triplicado. Primeiramente porque o coxinha folga, muito feliz, em dizer que o outro "não tem casa". Adora a expressão "marginal sem número". Exulta com o insulto.

Se teoricamente não temos casa, somos imediatamente alinhados aos indigentes, aos mendigos, ao excluídos, aos párias da sociedade. 

E isso anima e aquece o coração do preconceituoso, que vive na burguesia e também na pequena burguesia, tão ciumenta do progresso alheio.

O segundo fator envolve o locus dessa conquista. O estádio assenta-se na Zona Leste, quase ao fundo da região, na área que a elite e certos estratos médios sempre consideraram reduto de "empregadinhas, pedreiros, putas, pretos e pobres".

A Arena Corinthians rompe paradigmas, criando protagonismo, inclusão e direitos, onde eles tradicionalmente foram negados.

Por último, há uma questão política, de negação veemente das conquistas sociais e econômicas do povo brasileiro neste século. 

Se há uma Copa do Mundo, ela deve ser combatida com todas as forças. Seu eventual sucesso é considerado trunfo eleitoral do governo vigente. Os fins, nesse caso, justificam os meios, por mais sórdidos que sejam.

Um dos maiores adversários da Arena Corinthians é o membro do Ministério Público Federal José Roberto Pimenta Oliveira, em incansável luta para inviabilizar ou paralisar a obra.

Uma rápida passagem de olhos por sua biografia revela interesses caros ao pensamento coxinha. A galeria do "curtir" facebuquiano revela a visão partidária do nobre profissional.

Em junho, no legítimo movimento estudantil que se converteu em levante coxinha, foram pelo menos quatro as tentativas de organizar falanges de jovens para invadir o canteiro de obras do estádio.

Felizmente, esses grupos neofascistas foram rechaçados, seja pela argumentação vigorosa na redes sociais, seja pela reunião física de companheiros comprometidos com a legalidade.

A arena parece quase pronta e já se nota claramente o benefício da obra em Itaquera. Mudou até a autoestima dos moradores da região, do operário ao pequeno empreendedor.

No entanto, deve o corinthiano e o democrata estar atento à defesa perpétua desse patrimônio. 

Aos acusadores oportunistas, não basta saber que os contratos são legais, que oferecemos garantias e que os empréstimos serão pagos.

Não lhes interessa tampouco aprender que os chamados incentivos fiscais resultarão em expressivo aumento na arrecadação de taxas e tributos na área.

A Arena Corinthians será sempre símbolo da força RESISTENTE do POVO e alvo do ódio das elites degeneradas, de seus emuladores na velha classe média e de todo tipo de parasita social.

Saibamos, como vigor e sabedoria, defender o que é nosso por direito. Que Battaglia, Magnani e Neco nos inspirem!

Texto do amigo Walter Faceta Jr.(Facebook)
Publicado originalmente no grupo Resistencia Corinthiana(Facebook)
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