segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Dossiê Jd. Leonor - 4º Parte


Postagem anterior: Dossiê Jd. Leonor 3º parte

Anos foram passando, o SPFC não passava por bons momentos, único resultado significativo teria sido um vice em 38.
1940 - Pacaembu
Glorioso Pacaembu, palco que representa a cidade de São Paulo, tombado como patrimônio histórico da cidade este palco já gerou muita polemica:
Ao ser inaugurado o estádio municipal possuía uma assombrosa capacidade para comportar 70.000 pessoas, é claro que certo clube da cidade tentaria se apoderar do MELHOR ESTADIO, estavam jogando de favor, uma vergonha, afinal Palestra e Corinthians tinham seus estádios.
Não deu outra o SPFC tenta arrendar por TEMPO INDETERMINADO (posse definitiva) o Pacaembu pagando uma taxa de 10% da renda de cada jogo.
Ou Seja, a PREFEITURA construiu e eles tentaram tomar na mão grande, vão negar? VÃO!(sempre negam)
Vamos PROVAR? SIM:
Segue tiras de jornais da época, e vejam que por muito pouco o SPFC não toma pra ele o estádio DO POVO.


  Como esta escancarado, o SPFC tentou um arrendamento sem colocar um centavo do bolso e pagaria irrisórios 10% da renda, e que “permitiria” que os demais clubes utilizassem o estádio sendo que o valor deveria ser acordado com o SPFC, eles queriam tomar e posteriormente alugar? É isso mesmo? Teríamos que PEDIR AUTORIZAÇÃO AO SPFC para JOGAR no estádio MUNICIPAL?

1942 - Palestra morre.
O Brasil havia acabado de declarar guerra contra o Eixo, pelo decreto 4.166 de 1942 o governo determinou que bens pertencentes a alemães, italianos e japoneses poderiam ser confiscados, havia inclusive uma nota informando que as agremiações ou sociedades esportivas também poderiam ser tomadas.
Iniciou-se a guerra fria dentro do futebol brasileiro.
Muitas foram as exigências, todo patrimônio de todos os clubes deveriam obrigatoriamente estarem em nome apenas de brasileiros natos, e não poderia haver nenhum tipo de alusão a qualquer um destes países.
O Palestra correu, já não havia tantos italianos natos na diretoria do clube, mas não seria possível ignorar a sua origem, a sua história, seu DNA, então o clube trocou o nome para Palestra São Paulo, tirou o vermelho do escudo, passou todos os seus bens para conselheiros brasileiros e acreditou que estivesse tudo certo.
"Pressões POLITICAS" (interprete da forma que desejar) causaram novos transtornos, tomaram conhecimento de que deveriam tirar também o "palestra" do nome, o que é um absurdo, pois a palavra é de origem GREGA e não italiana, o clube então alterou o nome de forma definitiva para Palmeiras, em homenagem ao Atlético das Palmeiras que ajudou o clube anos antes.
 As pressões não cessariam...
 Quanto mais o clube se adaptava a esta nova realidade mais exigências eram feitas, as "pressões POLITICAS" não cessavam.
 Uma semana após definirem o novo nome eles teriam uma verdadeira batalha épica, uma final do paulista contra os "queridinhos do governo".

 FASCISTAS!
TRAIDORES DA PÁTRIA!

 Este se tornou o grito da torcida adversária contra uma das colônias que mais ajudaram no crescimento desta cidade.
 Os ataques vinham de toda parte.
 Chega o dia do jogo, o Palestra havia morrido, o Palmeiras faria sua estreia.
 Prevendo o clima hostil o Palmeiras deveria fazer algo a fim de garantir a integridade de seus atletas e o que fizeram foi de fato histórico...
 O time sobe no gramado segurando a bandeira brasileira e a frente da delegação estava  Adalberto Mendes, capitão do exército brasileiro.
 Minutos de silencio por todo o Pacaembu, seguido de aplausos, o goleiro Oberdan Cattani (um dos maiores ídolos da história do Palmeiras) entrou de azul, que passou despercebido pelos torcedores, mas estava representando justamente a Itália que ainda pulsava em seu sangue.
 Jogo extremamente violento, o Palmeiras estava ganhando por 3 x 1 quando o arbitro marca um pênalti a favor do Palmeiras, a confusão toma conta do jogo e o SPFC NÃO DISPUTA O RESTO DA PARTIDA, o juiz, vendo que o jogo não continuaria, encerra o jogo.
 O SPFC foge!
 Não! Gritam os são-paulinos, MENTIRA, vejam:

 Vitória do Palmeiras?
 Não a vitória foi do povo, foi uma vitória muito mais do que esportiva, foi uma vitória MORAL.

 Aos corintianos que estão acompanhando o Dossiê, que fique aqui este registro, o Palmeiras (ou Palestra) NUNCA usou de subterfúgio algum, a rivalidade estre os dois clubes TRADICIONAIS da cidade sempre foi LIMPA, NO CAMPO, nada de maracutaias e conchavos políticos de um lado ou de outro, AO CONTRARIO, nos momentos mais difíceis foram JUNTOS sobrepor as dificuldades (como a profissionalização do futebol na cidade, a luta contra o elitismo).
 Que fique registrada a homenagem corintiana a este clube irmão que possui HISTÓRIA.  Parabéns por toda sua gloriosa trajetória, nós corintianos nos orgulhamos MUITO de serem os ÚNICOS rivais de uma agremiação tão integra!
 Uma prova de que a atual crise palestrina vai passar, assim como passou para os corintianos, clubes grandes não se envergonham e nem maquiam sua história.

Mas o SPFC tinha que de alguma forma se aproveitar da situação, afinal não é sempre que se tem uma oportunidade de ouro como essa, deu errado com o Palestra, então que se ache outra vítima

Créditos de todas as imagens:
http://cruzdesavoia.wordpress.com

Continua...
Parte 5

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