terça-feira, 20 de novembro de 2012

Redefinindo Gigantes


Após o inicio da era dos pontos corridos o futebol brasileiro tem passado por mudanças pequenas e de forma gradual. O primeiro grande avanço foi o fim do tapetão que permitia que "clubes coronéis" mandassem e desmandassem no futebol, hoje os estaduais estão em segundo plano pra qualquer grande time do Pais, alguns saudosistas reclamam do descaso e da fragilização destes campeonatos, mas é óbvio que eles perderiam muito espaço.
O Campeonato Brasileiro hoje é uma grande vitrine, é estável, possui um mínimo de organização, favorece os mais organizados e não os que tentam levar tudo no grito.
 Esta fragilização dos estaduais também mostra outro lado, a fragilização de quem sempre foi considerado GRANDE, mas se escondiam nestes campeonatos, um clube é campeão regional uma vez a cada quatro ou cinco anos que tudo continuava bem.
Hoje sua torcida exige muito mais, exige vaga na Libertadores, exige boas colocações no Brasileiro, e se o clube passar muito tempo sem ganhar o nacional, bom, ai a coisa complica.
Antigamente grandes clubes como Bahia, Vitória, Goiás, Curitiba entre outros, eram GIGANTES do futebol nacional, mas esta força sempre foi devido a sua condição local e a campeonatos que eram verdadeiras loterias. Não havia a necessidade de se montar grandes elencos, um craque, um brucutu pra dar porrada, um bom goleiro e alguns pontos no tapetão faziam com que qualquer clube pudesse ser campeão.
 No inicio dos anos 90, quando se iniciava um Brasileiro, havia sempre 16, 18 clubes com chances reais de serem campeões, no próximo brasileiro, da pra arriscar que este numero deverá girar em torno de 6, não que os demais já se apequenaram, mas a realidade é que se sabe quem esta bem estruturado, quem vai priorizar o brasileiro, quem esta pressionado e deve fazer no mínimo um bom campeonato (garantir uma vaga na Libertadores).

Por exemplo:
No próximo ano, os clubes com mais chances deverão ser:

Corinthians
São Paulo
Santos
Fluminense
Vasco
Atlético Mineiro
Grêmio
Inter

Os outros vão ter de se organizar melhor e contratar muito bem, estes ao contrario já possuem base, porém o Corinthians, São Paulo, Fluminense, Atlético Mineiro e Grêmio vão priorizar a Libertadores, pode até acontecer de um deles ser campeão, mas com certeza não vão ter um inicio fulminante, dar uma boa arrancada pra ter gordura pra mais tarde.
Então vemos que os que despontam realmente como favoritos são o Vasco, Inter e principalmente o Santos, a diferença de quando não era pontos corridos é gritante.

Alguns devem cair cedo na Libertadores e com certeza vão jogar todas as fichas no brasileiro, estes não se tem como saber quem será.

Isso tudo apenas pra mostrar que vários GIGANTES devem se tornar médios, alguns deverão se tornar pequenos mesmo, entrando pra tentar não ser rebaixado, ou pra tentar uma vaga na Sul-Americana.
Agora como este novo cenário esta começando se formar, é óbvio que quem se estruturar melhor levará vantagens, e quem sai na frente hoje vai colher os frutos amanha. O natural é que daqui uns 15 ou 20 anos o Brasileiro se resuma a 4 ou 5 equipes, parece até uma afronta aos demais clubes, mas quem não se adaptar vai correr o risco de se apequenar.

Não indo muito longe, o Cruzeiro esta sofrendo muito pra manter seu principal jogador, e não é uma pressão dos clubes de fora, é uma pressão interna, no inicio do ano o Corinthians quase levou, agora o Santos ameaça, o Cruzeiro é um dos clubes mais bem estruturados do Pais e esta sofrendo, imaginem clubes que claramente passam por grandes turbulências politicas.

E outro fator, de 20 clubes na Série A, todo ano cai 4, e sempre algum dos grandes esta mau, caiu duas, três ou quatro vezes vai tira-lo de forma definitiva da elite do futebol brasileiro, vai ter que se contentar com migalhas dos grandes que de fato estarão bem estruturados.

Marketing, gestão, planejamento, e principalmente a manutenção do elenco e departamento técnico é que vão separar as crianças dos gigantes.

Até se tem uma pequena noção dos que vão se manter GIGANTES, mas ainda é cedo pra dizer quem vai se tornar mero coadjuvante de luxo (e olha que candidatos pra isso não falta)
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