Após o inicio da era dos pontos corridos o futebol
brasileiro tem passado por mudanças pequenas e de forma gradual. O primeiro
grande avanço foi o fim do tapetão que permitia que "clubes coronéis"
mandassem e desmandassem no futebol, hoje os estaduais estão em segundo plano
pra qualquer grande time do Pais, alguns saudosistas reclamam do descaso e da
fragilização destes campeonatos, mas é óbvio que eles perderiam muito espaço.
O Campeonato Brasileiro hoje é uma grande vitrine, é estável,
possui um mínimo de organização, favorece os mais organizados e não os que
tentam levar tudo no grito.
Esta fragilização dos
estaduais também mostra outro lado, a fragilização de quem sempre foi
considerado GRANDE, mas se escondiam nestes campeonatos, um clube é campeão regional
uma vez a cada quatro ou cinco anos que tudo continuava bem.
Hoje sua torcida exige muito mais, exige vaga na Libertadores,
exige boas colocações no Brasileiro, e se o clube passar muito tempo sem ganhar
o nacional, bom, ai a coisa complica.
Antigamente grandes clubes como Bahia, Vitória, Goiás,
Curitiba entre outros, eram GIGANTES do futebol nacional, mas esta força sempre
foi devido a sua condição local e a campeonatos que eram verdadeiras loterias.
Não havia a necessidade de se montar grandes elencos, um craque, um brucutu pra
dar porrada, um bom goleiro e alguns pontos no tapetão faziam com que qualquer
clube pudesse ser campeão.
No inicio dos anos
90, quando se iniciava um Brasileiro, havia sempre 16, 18 clubes com chances
reais de serem campeões, no próximo brasileiro, da pra arriscar que este numero
deverá girar em torno de 6, não que os demais já se apequenaram, mas a
realidade é que se sabe quem esta bem estruturado, quem vai priorizar o
brasileiro, quem esta pressionado e deve fazer no mínimo um bom campeonato (garantir
uma vaga na Libertadores).
Por exemplo:
No próximo ano, os clubes com mais chances deverão ser:
Corinthians
São Paulo
Santos
Fluminense
Vasco
Atlético Mineiro
Grêmio
Inter
São Paulo
Santos
Fluminense
Vasco
Atlético Mineiro
Grêmio
Inter
Os outros vão ter de se organizar melhor e contratar muito
bem, estes ao contrario já possuem base, porém o Corinthians, São Paulo,
Fluminense, Atlético Mineiro e Grêmio vão priorizar a Libertadores, pode até
acontecer de um deles ser campeão, mas com certeza não vão ter um inicio
fulminante, dar uma boa arrancada pra ter gordura pra mais tarde.
Então vemos que os que despontam realmente como favoritos
são o Vasco, Inter e principalmente o Santos, a diferença de quando não era
pontos corridos é gritante.
Alguns devem cair cedo na Libertadores e com certeza vão
jogar todas as fichas no brasileiro, estes não se tem como saber quem será.
Isso tudo apenas pra mostrar que vários GIGANTES devem se
tornar médios, alguns deverão se tornar pequenos mesmo, entrando pra tentar não
ser rebaixado, ou pra tentar uma vaga na Sul-Americana.
Agora como este novo cenário esta começando se formar, é
óbvio que quem se estruturar melhor levará vantagens, e quem sai na frente hoje
vai colher os frutos amanha. O natural é que daqui uns 15 ou 20 anos o
Brasileiro se resuma a 4 ou 5 equipes, parece até uma afronta aos demais
clubes, mas quem não se adaptar vai correr o risco de se apequenar.
Não indo muito longe, o Cruzeiro esta sofrendo muito pra
manter seu principal jogador, e não é uma pressão dos clubes de fora, é uma
pressão interna, no inicio do ano o Corinthians quase levou, agora o Santos
ameaça, o Cruzeiro é um dos clubes mais bem estruturados do Pais e esta
sofrendo, imaginem clubes que claramente passam por grandes turbulências
politicas.
E outro fator, de 20 clubes na Série A, todo ano cai 4, e
sempre algum dos grandes esta mau, caiu duas, três ou quatro vezes vai tira-lo
de forma definitiva da elite do futebol brasileiro, vai ter que se contentar
com migalhas dos grandes que de fato estarão bem estruturados.
Marketing, gestão, planejamento, e principalmente a
manutenção do elenco e departamento técnico é que vão separar as crianças dos
gigantes.
Até se tem uma pequena noção dos que vão se manter GIGANTES,
mas ainda é cedo pra dizer quem vai se tornar mero coadjuvante de luxo (e olha
que candidatos pra isso não falta)